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I Simpósio Internacional de Cardio-Oncologia e VI Simpósio Sergipano de Cardio-Oncologia
Matéria escrita por:
Redação
dia:
04/11/2024

Homenagem ao Dr. William Eduardo Nogueira Soares, por ocasião do I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CARDIO-ONCOLOGIA & VI SIMPÓSIO SERGIPANO DE CARDIO-ONCOLOGIA.
Aracaju, 1º de novembro de 2024.

 

 

Discurso do homenageado.

Ilustríssima Senhora Presidente do I Simpósio Internacional de Cardio-Oncologia e VI Simpósio Sergipano de Cardio-Oncologia, Dra. Thaís de Carvalho Vieira Rodrigues;
Ilustríssimo Senhor Coordenador, desta Sessão de Homenagem, Dr. André Luis Moura Sotero;
Distinguidas Autoridades que compõem a Mesa Diretora desta Cerimônia.
Confreiras e Confrades Acadêmicos;
Ilustres Colegas e Convidados, presenciais ou à distância;
Dr. Jorge Murilo Seixas de Santana, Mui Digno Corregedor Geral e Procurador de Justiça do Ministério Público Estadual;
Dr. Marcílio de Siqueira Pinto, Promotor de Justiça da Fazenda Pública;
Dr. Domingos Pascoal de Melo, Membro da Academia Sergipana de Letras;
Dr. Lúcio Antônio Prado Dias, Presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-SOBRAMES;
Digníssimos Palestrantes deste enriquecedor Simpósio;
Caros Amigos e Familiares;
Minhas Senhoras;
Meus Senhores.

 

Agradeço, sensibilizado, a presença de todos.


“O médico, antes de tudo, é um maluco.”

 

 

Permitam-me meus Amigos, que, numa fuga de saudade, se me desprenda a memória e volte a rever aquele inesquecível dia em que um médico gaúcho brindou Sergipe com uma brilhante e memorável Conferência nominada “Estranha é a profissão do médico.” E durante o seu discurso, demonstrou que: “O médico, antes de tudo, é um maluco”, pois “Somente um maluco deixaria os seus afazeres e a sua família, para deslocar-se até outro Estado, no intuito de conversar com outros loucos, sobre Medicina!”

Chamava-se, aquele médico gaúcho, DR. MÁRIO PILLMANN RIGATTO. Sempre elegante no falar e no vestir. E em sua homenagem, apresento-me trajando, à sua semelhança, uma
gravata borboleta!

Confesso-lhes que é destes malucos, que nós sergipanos mais gostamos. A exemplo de: Mário Rigatto, Liberato Di Dio, José Aristodemo Pinotti, Adib Jatene, Carlos da Silva Lacaz, Jaime Brandão de Marsillac, Maurício Kfuri, Adelino Pereira, Cecília Kalil, Francisco Belfort, Waldec Jorge, João Victor Salvajoli, Marcelo Oliveira, Mário Mourão, Roberto Gomes, Paulo Kowalski, Santiago Lamelo, Hélio Begliomini, Sérgio Libonati, Marineide Carvalho, Ademar Lopes, Flávio Quilici, José Luiz Gomes do Amaral e os ilustres sergipanos Tomás Cruz, Geraldo Leite, Gilson Soares Feitosa e Valmir Fernandes Fontes. E tantos e tantos outros, que a exemplo dos Senhores Simposiastas, largaram os seus afazeres e o conforto do seu lar, para, revestidos de uma áurea mágica, transformarem este Simpósio, em momentos ricos de ensinamentos e plenos de ufanias.


Para todos vocês e, em especial ao Dr. RIGATTO, uma SALVA DE PALMAS!

 

 

Meus Loucos Amigos!

“Por mais que perscrute o passado, e nele busque assinalar e definir o valor e o sentido de meus atos e, por eles, a minha atitude na vida profissional, só uma razão encontro que me consente receber as honras desta homenagem: o trabalho, a perseverança no trabalho, o entusiasmo pelo trabalho, numa devoção inalterável para com o futuro.”

Meus Senhores! Faço minhas estas belíssimas palavras ditas pelo ilustre sergipano, Dr. Augusto César Leite, ao ensejo de homenagem recebida em Propriá, nos idos de 1948.

E o que eu, Dra. Thaís, filho da pequenina Sergipe e perdidamente enamorado por ela, fiz para merecer dos Senhores a honra de ser homenageado por esta plêiade de cientistas e de Amigos do Coração?

 

 

Meus Amigos do Coração!
Este que vos fala, tem uma forte admiração e respeito pela vossa especialidade. E explico o motivo: Há mais de 50 anos fui examinado pelo nosso saudoso Professor Dr. José Augusto Soares Barreto, que me diagnosticou um “Bloqueio Incompleto do Ramo Direito do Feixe de Wilhelm Hiss” e tranquilizou-me dizendo, “William, não se preocupe, isto não é nada grave. Contudo, não se emocione em demasia!”

Agora pergunto a vocês, que faço se, neste instante, a emoção for muito forte e o intervalo do meu QRS alargar-se por demais?
O que mais me tranquiliza, é que, neste momento, estou cercado de magníficos cardiologistas por todos os lados! Portanto, vamos em frente…

Meus bons Amigos!
Esta significativa homenagem, divido-a com todos os integrantes da San Giovanni, com os nossos pacientes, com a minha família e, em especial, com a minha doce Julieta, para quem solicito uma salva de palmas!
Quando, em 1990, portanto há 34 anos, escolhemos, eu e a Julieta, trocar a nossa estabilidade e a pujança de São Paulo pelo meu querido Sergipe, sabíamos dos riscos que iríamos correr. Aqui chegando, fundamos a San Giovanni. Primeira clínica privada dedicada à oncologia no Estado de Sergipe. Foi uma decisão que não apenas provou a nossa capacidade de assumir riscos calculados e que se mostrou, mais adiante, completamente acertada. E quando hoje olhamos para trás, entendemos por que esta postura pioneira foi muito bem recebida pela população sergipana. Tratava-se de algo inovador e vanguardista. E por ser pioneira, a San Giovanni, virou vitrine, criando um movimento de inspiração até hoje.

E a seguir, com um grupo de abnegados colegas, fundamos em 14 de julho de 2017, a CLINRADI, primeira Clínica privada de Radioterapia e Imaginologia do Estado de Sergipe.

 

 

Ser o primeiro, meus Amigos, é marcar o seu nome para sempre na história. É carregar um título único que, independente do número de seguidores e concorrentes, é apenas seu. Ser o primeiro significa lançar-se ao desconhecido, colocar-se à prova. Significa, visão de futuro. Ser o primeiro, chancela uma postura ousada, e traz a marca de que ali há quem sonha e realiza.

Construímos uma história de pioneirismos e sucessos, resultado de uma postura inovadora: cuidar do paciente, com muito profissionalismo e humanismo, combatendo o câncer sem esquecer de ajudar o Planeta, pois, com orgulho, combatemos também a crise ambiental com diversas ações junto à comunidade, a exemplo da campanha “Pau-brasil de volta ao solo sergipano”.
E, por sinal, trouxe para os Senhores, mudas desta magnífica e rara árvore, quase extinta pela ganância, e que emprestou o seu nome à nossa nação.

E, para a Senhora, Dra. Thaís, te entrego esta muda especial, em formato de bonzai. Um brinde da minha lavra. Não esqueçam de irrigá-la com carinho, pois a lenda tupiniquim nos ensina que:


“Aquele que cuida bem desta árvore, viverá tanto quanto ela.”
Ou seja, de 300 a 500 anos!

 

Meus Amigos!
Nós amamos o que fazemos. E eis aqui a nossa maior herança: “Amai ao próximo como a si mesmo.”
E o que mais nos orgulha é saber que o nosso pioneirismo tem o reconhecimento nacional. Neste momento, Dr. André Luis Sotero, alegra-me repetir Aristóteles: “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las".

Finalizando, se tem algo que aprendi com o passar dos anos, é que aquele que é conciso e comedido no seu discurso, herdará o Reino dos Céus e dele também, serão os aplausos da sua platéia!

 

Obrigado a todos!


William Eduardo Nogueira Soares
(Aracaju, 1º de novembro de 2024)